sábado, 12 de setembro de 2015

“Será que alguém consegue realmente conhecer oura pessoas sem tocá-la?”



Está aí a importância do terapeuta tocar o paciente, pois consegue sentir muitas coisas a respeito dessa pessoa. Assim, o terapeuta tem condição de transmitir ao paciente a noção de que o sente e o aceita como um ser corporal de forma que demonstra a natureza terna e amorosa de seus cuidados, como o colo da mãe. A dificuldade de aceitação do toque tem haver com os tabus da infância, relacionados a privação de carinho e à sexualidade.

 O toque terapêutico deve ser caloroso, amistoso, confiável e isento de qualquer interesse pessoal para que se possa inspirar confiança. Por isso, primeiramente o terapeuta tem que se conhecer, estar em contato consigo mesmo antes de tocar seu paciente.

Já o paciente tem imensa vontade de tocar o terapeuta para quebrar o tabu contra o tocar que o faz sentir-se isolado. Através desse toque pode-se atingir um nível mais profundo de um problema que as palavras somente não alcançariam. São variadas as explorações onde podem ser decifrados vários tabus, entre eles a aceitação.

Outro campo de interação reside na relação com o chão. Existem termos metafóricos que quando empregado para a descrição de condutas, podem ser aplicas à personalidade com relação a estar em pé e o modo como o indivíduo fica perante a vida, revela-se em seu corpo. Pode revelar sensação de insegurança na personalidade, independente de ser consciente ou não. O estudo dessas posturas como o corpo e pés tem aspectos culturas (como na china onde os pés das meninas eram amarrados para que permanecessem pequenos e inúteis e davam a posição social das mulheres) se manifestam nas expressões corporais e é chamado cinética e na bioenergética é estudado o efeito da cultura sobre o próprio corpo. Pode-se fazer diagnósticos através dos pés e pode-se fazer a pessoa tomar consciência deles e tornar-se capaz de equilibrar-se adequadamente.

Outro fenômeno bioenergético, cultural e assunto para uma investigação sociológica é a falta do senso de ter raízes que pode ser um distúrbio no funcionamento do corpo, localizado nas pernas, pois estas são nossas raízes móveis e exercícios específicos podem fazer a pessoa a vivenciar o “enraizamento”. A mãe é o primeiro chão do bebê e ele conquista suas raízes através do corpo da mãe. Terra e chão e identificam-se simbolicamente com a mãe que pode ser a causa de muitos pacientes que não tiveram um senso adequado de terem raízes, base, por falta de um contato agradável com o corpo de suas mães.

Comunicação não-verbal é a linguagem do corpo. O tom da voz ou o olhar de uma pessoa têm um impacto maior do que as palavras. Como o olhar de uma mãe pode deixar clara sua insatisfação para um filho. Crianças percebem mais a linguagem corporal que os adultos mas perdem com os anos pois passam a dar mais atenção às palavras. Pode-se tentar enganar por palavras, mas nunca pela linguagem corporal, pois o corpo demonstra a impostura pelo estado de tensão e como ninguém controla o corpo totalmente, os detectores de mentira são eficientes quando usados para distinguir a verdade da mentira. Quando a pessoa mente, a pressão sanguínea altera e a taxa de batimentos cardíacos é alterada. Pode-se analisar a própria voz, pois seu tom e ressonância refletem todos os sentimentos que a pessoa abriga.

Há como detectar traços da personalidade através do andar e cada aspecto corporal revela quem somos. Podemos até mesmo confiar ou não no outro a partir da expressão corporal. As crianças confiam mais nesse tipo de informação que os adultos. Se não confiarmos nos nossos sentidos, estamos aniquilando nossa capacidade de sentir e de fazer sentido e quando nos identificamos com a expressão corporal de uma pessoa, podemos sentir seu significado. Ou seja, quando se assume a atitude corporal de uma pessoa, pode-se captar os sentimentos daquela expressão. Quando a pessoa tem expressões já crônicas, torna-se sem consciência, pois as tensões perdem sua carga energética. Mas a linguagem do corpo não mente e outro corpo pode compreendê-la. 

Como exemplo temos traços masoquistas que são expressados quando alguém está de nádegas contraídas e de músculos tensos nessa região e o indivíduo adota compensatoriamente uma atitude de desafio na metade superior do corpo.

Como todos os padrões tensionais traduzem os traumas vividos no crescimentos, rejeições, privações, seduções, frustrações, etc, estão em todos os seres humanos, os próprios terapeutas de bioenergética submetem-se a um programa de treinamento para colocá-los em contato com seus corpos.

A expressão “segunda natureza” surge na aplicação da descrição de atitudes físicas e psicológicas e passam a fazer parte da vida da pessoa, por isso, é crucial que possamos reconhecer a existência da “primeira natureza”, a causa, a distinção entre a primeira e segunda natureza. Dessa forma, pode-se ter uma vida mais saudável e uma cultura sadia apoiando-se na primeira natureza.
"A lowen "

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