Uma massagem, para além de quaisquer efeitos estéticos ou terapêuticos que pretenda atingir, é sempre uma experiência extremamente agradável, que proporciona o calor humano do contato físico de uma forma próxima e íntima. Existem terapeutas, como por exemplo esse homem extraordinário que é o belga Jacques Caloué, que defendem que nenhum tratamento, nem que apenas o ato de ministrar uma aspirina, deveria ser feito sem contato físico.
Isto aponta para a importância do efeito psíquico no ato de intervenção, tomadas em linha de conta, com autenticidade e bom senso, as principais características de gregarismo e interação do ser humano com os seus semelhantes.
A massagem é uma forma direta de contato físico e constitui a mais elementar base de qualquer terapia, complementada ou não com a possibilidade que o conhecimento nos dá de a conjugar com o uso de produtos e variação de técnicas.
A situação que refere pressupõe desde logo a mais íntima forma de contato físico que existe, a de fazer amor entre parceiros que se conhecem, se aceitam e se gostam mutuamente.
Todo o potencial de bem estar que o contato físico proporciona está aqui despido da distância ou até constrangimento que existem entre desconhecidos, como é o caso normal de cliente-massagista ou paciente-terapeuta.
O estado de excitação depende do estímulo traduzido pelo hipotálamo a partir de mensagens enviadas pelos sentidos, incluindo a vista, o olfato, o ouvido, o gosto e, claro, o tato: se bem que o sexo dependa muito do estado psíquico e emocional dos intervenientes, a maior parte dos atos que o concretizam são de natureza física e acontecem por contato.
Assim, para além do "toque" habitual entre amantes, a utilização de técnicas de massagem por quem as conheça pode potenciar, aumentar e prolongar o prazer.
Seria infindável enumerar as mais-valias que daí podem advir, desde um maior conhecimento do corpo e melhor percepção das reações a cada tipo de estímulo, até ao prolongamento do tempo de relação, que está na base das teorias de "sexo tântrico" tão faladas nos últimos anos (embora tão velhas quanto a habilidade de comunicação entendível da espécie).
Ou seja, introduzir "massagem" no ato do amor físico proporciona um melhor entendimento entre as pessoas envolvidas, oferece a atenção concentrada e prolongada no objetivo de proporcionar prazer e tem, portanto, profundas consequências na intensidade e qualidade do momento.
"Como" fazer massagem com este objetivo é irrespondível: depende e varia de pessoa para pessoa, de momento para momento...
De um modo geral, é comum a quase todas as situações que quanto mais lento e suave melhores são os resultados, embora haja ocasiões para a ternura e ocasiões para a intensidade, mesmo física.
A experiência mostra que todo o corpo é sensível ao prazer, e assim se lhe deve dar atenção, embora seja particularmente agradável o "toque" em certas zonas, tais como as ditas "erógenas" - mais uma vez, varia de pessoa para pessoa.
Tenha em atenção, antes de mais, as zonas do corpo que sabe serem sensíveis ao toque e proporcionar-lhe prazer.
Mas, acima de tudo, não lhe mexa de imediato e para começar nas zonas que sabe darem-lhe prazer. Deixe para mais tarde, prolongue, acaricie a partir de longe e demore o mais possível até chegar "lá". Experimente vários tipos de carícia/massagem.
Não se esqueça que muitos homens consideram, erradamente, que a coisa que mais prazer é ser tocado nos genitais - nada podia ser mais errado! Se isso os excita e satisfaz, habitualmente acontece depois de uma progressão que lentamente as conduziu a essa receptividade e desejo.
A maior parte das pessoas é extremamente sensível a carícias no pescoço e nos ombros, por norma todas manifestam grande prazer em ser acariciadas nas costas, com movimentos longos, ora quase imperceptíveis ora mais firmes e a conduzir ao "abraço". As mãos e a face são áreas de grande sensibilidade, tal como a parte exterior das coxas, não apenas a interior.
Pequenas "brincadeiras" na parte posterior dos joelhos ou nas axilas são divertidas e estimulantes, bem como carícias na zona das costelas ao lado e por debaixo dos peitos.
Não se deixe obcecar pelos mamilos, até achar que ele quer mesmo que lhos toque, mas não magoe. Ao invés disso, acaricie o peito pela periferia, a toda a volta, sem apertar e sem o deslocar do lugar onde repousa nesse momento (como puxar para fora ou para cima), faça-o como se estivesse a avaliar a perfeição de uma escultura, ele apreciará...
Ah, e não esqueça a cabeça! O cabelo, a nuca!
Enfim, tudo isto é verdade, mas também o pode não ser... depende da pessoa, do momento, do tipo de relação, entendimento e empatia a que chegaram entretanto.
Explore, experimente e, se possível, estabeleça um diálogo franco, íntimo e permanente, o mais honesto e desinibido possível.
Acima de tudo, considere dois princípios fundamentais:
- o tesão do seu companheiro depende mais da atenção que lhe der do que daquele que você sentir;
- sexo, fazer amor, não é uma competição, nem com o companheiro nem consigo próprio - por outras palavras: vale mais "uma" longa, agradável e completa, que três ou quatro de grande fogosidade sem imaginação ou empenho.
Finalmente, não cometa o erro, de achar que tudo se resume ao percurso necessário até ao orgasmo.
O prazer está acima de tudo no "durante" - o "finalmente" tem que ser o desfecho de algo que não podia ter sido melhor até então!...
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