«O segredo do verdadeiro amor, a "chave venusiana", consiste em perder o medo. Esse medo que nos faz confundir o amor com possessividade e dependência. Para que o que chamamos de amor não seja a expressão de uma carência, mas de uma abundância.
Para isso teremos de nos religar primeiro à fonte de toda a Vida. Encontrar a chamada Vida Interior. Aprender a reverenciar o nosso Templo interno, o Templo da nossa Alma. O centro imutável do nosso Eu maior, do nosso Eu Eterno, de onde irradia essa abundância de Vida que é o Amor.
Assim, para saber amar, tenho primeiro de ser fiel ao meu percurso interno: percurso solitário e despojado, que me leva a contactar com a essência do meu próprio ser, a fonte-da-Vida, em mim.
Numa relação de amor, não se trata de nos "entregarmos" ao outro a quem amamos, mas à Vida. É à Vida que nos devemos entregar. Ao fazê-lo recebemos pelo "fundo da alma" esse "a-mais" que nos faz sentir unos, inteiros, invulneráveis. Estáveis no nosso centro interior. Ancorados no ponto de síntese das nossas energias unificadas, a vibração da nossa eterna Imutabilidade.
Aí, o medo é transcendido. Então torno-me um polo irradiante de mais Vida. Para o Mundo e para os outros. Isso é o Amor.
» in "Vénus", de Maria Flávia de Monsaraz
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