terça-feira, 15 de agosto de 2017

Massagem tântrica A quatro mãos


Eis que, numa bela noite de sexta, em uma sala com luz baixa, me encontrava deitado num tatame, nu, música agradável e dois homens ao meu lado prontos para me tocar. Fechei os olhos e me entreguei. Um deles começou a técnica sensitive, em que se usa só a ponta dos dedos, pelos meus pés, subindo vagarosamente pelas pernas. O outro iniciou pela cabeça, passando pelo rosto. Imediatamente senti acordar minha energia e achei estranho o meu corpo reagir com tão pouco. Minutos depois, quando estavam com as mãos na minha barriga, comecei a ter espasmos.
Até que chegou o momento da lingam, o pênis. Passaram as mãos nas partes internas das minhas coxas e foram subindo. Um deles voltou para a parte superior do meu corpo e o outro continuou subindo pelas pernas até chegar com os dedos ao redor do saco. Ele trabalhava pontos que eu não tocaria me masturbando. Tremi muitas vezes em intensidades diferentes. Então entrou em cena um vibrador, estimulando os mesmos pontos. O meu corpo se mexia além do meu controle. Tive que pedir para parar, achei que não aguentaria mais. Foi arrebatador.
Ao acabar, perguntei: “Por que não sinto isso no sexo?” Um deles respondeu: “Presença. É tudo o que você não tem hoje no sexo. As pessoas estão sempre com a cabeça em outro lugar ou apegadas a expectativas delas ou do outro.” Ali tive a resposta: é isso que falta no sexo, mais ou menos o que todo mundo anda fazendo. “O foco está cada vez mais na penetração. Essa parece ser a resposta imediata”. A temporalidade do sexo não é a das dez estocadas nem a do orgasmo rápido do pornô.  “Você quer penetrar para aprofundar ou para acabar logo? Às vezes, a ânsia da penetração é uma fuga do que pode surgir do contato que é mais profundo, do afeto”. Precisamos reencontrar o tempo do sexo. Recuperar o tempo do olhar, do toque que significa algo, da presença. 

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