sexta-feira, 17 de junho de 2022

Tantra - a aceitação do corpo.




Uma das principais contribuições do tantra como visão de vida e da sexualidade tântrica é indicar um caminho para as pessoas se libertarem dos sentimentos de culpa em relação ao sexo e aceitarem o prazer da vida.
Durante séculos, as religiões monoteístas e patriarcais vêm demonizando a sexualidade e o prazer corporal e usando a culpa e a noção de pecado como forma sutil de manipulação, dominação e exploração das pessoas em todo mundo. Proclamando a negação do corpo e o sofrimento como caminho da ascensão espiritual.
Mesmo a aparente "liberação sexual" das últimas décadas, ainda não foi o suficiente para aplacar esta visão deturpada do sexo e devolver a naturalidade original da relação dos seres humanos com esta energia, fundamental para a vida. O que se apresenta na sociedade atual é uma hipocrisia em relação ao sexo.
Uma aparência de liberação encobrindo uma moralidade repressora. Que nos coloca em um aparente paradoxo: o sexo nunca esteve tão disponível, pessoas expostas em catálogos de aplicativos ao alcance de um "match" e, ainda assim, encontramos a maioria das pessoas repletas de traumas, abusos e insatisfeitas com sua vida sexual. Insaciáveis perante um banquete; morrendo de sede em frente ao mar. Alvos fáceis para uma manipulação midiática e publicitária que usa a repressão e a carência sexual como gancho psicológico para vender a felicidade efêmera.
O sexo vazio fica só na casca superficial e é vivido apenas no caráter material do corpo porque existe a cisão da culpa. O Tantra nos mostra que o mais profundo é a pele e o corpo é veículo meditativo e caminho pela fusão dos opostos na aceitação.
O estudo e a vivência do tantra proporcionam duas mudanças positivas fundamentais em relação ao sexo e à própria vida.
O Tantra, ao aceitar a vida em sua totalidade, elimina a noção culpa e de pecado. Existe apenas responsabilidade e consequência.
Da mesma forma, o tantra nos ensina a sermos mais receptivos ao prazer. Não fomos ensinados a vivenciar o prazer corporal, mas fomos ensinados a suportar a dor como forma de crescimento. O tantra aceita o corpo com naturalidade Assim sendo aceita o prazer corporal e o êxtase como experiência meditativa, e processo de cura.

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