É muito difícil para essa sociedade dissociar-se da idéia do sexo. A carência humana é enorme; carência de afeto, de carinho, de olhar, de cheiro, de abraçar, de ser tocado, de sentir-se acolhido no coração. Qualquer profissional de massagem, seja qual for a modalidade de massagem, seja shiatsu, drenagem linfática, ayurvédica, terapêutica, etc... sabe que o processo de Transferência - situação em que o cliente tenta um envolvimento com o terapeuta - acontece com muita regularidade e freqüência.
Esse desvio comportamental acontece não só na massagem tântrica, que é a massagem mais sensorial que existe. Qualquer massagem possibilita que o cliente interprete os sinais de afeição, de carinho, de dedicação exclusiva, mesmo que por um período de tempo determinado àquilo que o cliente, seja homem ou mulher, muitas vezes já não recebe mais em casa. A conotação sexual acontece em diversas situações e surge como um reflexo da carência do indivíduo, que projeta a possibilidade de curar-se também em sua necessidade. O sexo humano é de péssima qualidade e nunca oferece as condições satisfatórias que o cliente necessita. Tem-se, muito erroneamente, que o mito do sexo tântrico oferece as mais perfeitas condições de prazer e acredita-se que todos os terapeutas que se dizem tântricos possuem grande experiência na área sexual, o que é outra ilusão. Graças a essa mentalidade, criou-se o mito de que a massagem tântrica, tanto quanto a massagem Tailandesa, estejam ligadas à prostituição. Há um gigantesco vazio na espécie humana que não pode ser devidamente preenchido, pois a repressão moral, política e religiosa com relação ao modelo de comportamento sexual humano, é enorme.